terça-feira, maio 01, 2012

Floresta Sombria

Corre, corre, não podes para de correr, apesar da ordem dada pelo meu cérebro, o meu corpo exigia o contrário, não aguentava mais, as pernas falhavam com as dores insuportáveis de tanto correr, o ar parecia que já não chegava aos meus pulmões. Mas se queria sobreviver, tinha de correr, o mais rápido que conseguisse.
Um restolhar de folhas e paus a partir fez com que o medo trepasse por mim a cima, o que me fez correr mais. Mas as pernas falharam, fazendo-me cair por terra e esfolar os joelhos e as palmas das mãos. Oiço o riso demoníaco atras de mim, olho sobre o meu ombro e vejo eles aproximarem-se, tento levantar-me mas nada me obedece. Quando um me agarra pelos cabelos sei que estou perdida.
- Olha o nosso jantar está por fim quieto. – goza ele, com um hálito á lixeira municipal, fazendo o meu estomago andar as voltas e dar-me vómitos. Sinto algo encostado a minha mão. Um pau, ou talvez uma pedra, não sei bem, mas uso isso e espeto-lhe no olho. Ele guincha de dor, soltando-me o cabelo e eu recomeço a correr. Os outros que estão com ele começam a rir dele, eu olho para trás a ver se me seguem, e não e que estão mesmo. Quando olho em frente bato contra algo duro, sou projetada para trás como se fosse uma bola saltitona aterrando de rabo, levanto a cabeça para ver em que raio bati quando o vejo. Alto, de peito largo com um longo casaco preto e um sorriso diabólico nos lábios. Instintivamente começo a gritar e a gatinhar para longe dele. Mas o desgraçado anda tranquilo na minha direção.
-Se não quer morrer, aconselho-te a não fugir. – diz o recém chegado, numa voz rouca mas agradável.
-Se vou morrer de qualquer das formas por que não fugir? – Não sei ao certo onde achei a voz para falar, muito menos sem gaguejar de medo. Dando a aparecia de estar calma. Ele sorri de novo e olha para trás de mim, sigo o seu olhar e vejo que as criaturas já não riem nem se aproximam de mim, apresentado uma cara de poucos amigos, como se o recém-chegado não lhes agradassem e estivessem a estragar a festa deles.
Sem que aperceba ele passa por mim em direção as criaturas mal cheirosas e mata-os literalmente com… uma espada? Onde raio é que ele saiu? Só falta os raios e tal para parecer o Duncan MAcLeod. Tipo hello? Em vez de fugires ficas apreciar? Onde raio e que tens a cabeça?
Começo a gatinhar para longe deles e tento fugir. Sou agarrada pela cintura e levantado no ar como se fosse uma boneca de trapos.
-Solta-me! Mete-me no chão sua criatura! – Esperneio e dou lhe murros nas costas.
-Para quem não quer morrer, estás a ir por um caminho errado.
-Claro e ir na tua direção não e no caminho errado – digo com sarcasmo.
-Mais adiante e o ninho dos Pentis. A seguires por ai serás a refeição deles.
-E o que me garante que tu não me levas para lá ou para outro sitio pior? – pergunto indignada
-Não me daria ao trabalho de te salvar, para depois te entregar a eles, não te parece? – Questiona ele com um toque de ironia na voz. – Irei levar te para casa, para que fiques segura.
-Sim sim, e por acaso tenho uma chapinha de identificação como um cachorrinho? Para saberes onde moro?
Ele mete-me no chão, mas fazendo com que eu deslize pelo corpo dele.
-Quem disse que era para a tua casa?


Autora: Nádia

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