Sinopse:
No calor das febres que incendeiam a Lisboa do século XIX, Joana, uma burguesa jovem e demasiado inteligente para o seu próprio bem, vê o destino traçado num trato comercial entre o pai e o patriarca de uma família nobre e sem meios.
Contrariada, Joana percorre os quilómetros até à nova casa, preparando-se para um futuro de obediências e nenhuma esperança.
Mas Santiago, o noivo, é em tudo diferente do que esperava. Pouco convencional, vivido e, acima de tudo, livre, depressa desarma Joana, com promessas de igualdade, respeito e até amor.
Numa atmosfera de sedução incontida e de aventuras desenham-se os alicerces de um amor imprevisto... Mas será Joana capaz de confiar neste companheiro inesperado e entregar-se à liberdade com que sempre sonhou? Ou esconderá o encanto de Santiago um perigo ainda maior?
Opinião:
Bom, antes de mais, quero avisar que foi uma estreia para mim neste género. Nunca tinha lido nenhum romance de época. Mais uma estreia!
Desde as preocupações de Rosária aos petiscos de Brites. Desde a altivez de D. Ana à presunção de D. Miguel. Desde os medos e traumas de Ester ao asqueroso e nojento Velho ou D. Armando... Desde a curiosidade enclausurada e rebelde de Joana ao brilho malandro e visionário da personagem Santiago, adorei cada passagem, adorei cada apresentação. Cada vivência desta história que nos remete a um tempo onde acontecer o que acontecer a Joana era um autêntico milagre. A um tempo em que os pais, senhores de família vendiam as filhas a troco de títulos e bens. A um tempo que as mulheres não eram vistas se não, como máquinas para dar filhos, assegurar descendência, satisfazer os maridos e cuidar da casa.
'Alma Rebelde' da voz a sonhos e vontades reprimidos, porque a sociedade assim ensinara. Porque a sociedade assim ditava.
Gostei do misto de narrativa, onde tanto nos é apresentada na terceira pessoa, como temos pensamentos, desabafos e confissões em primeira pessoa. As cartas trocadas, escritas também elas como desabafos, transformaram-se num vício, que me fez querer chegar rapidamente à próxima carta.
Consegui muito facilmente visualizar as saias de Joana, o espartilho apertadinho a esmagar-lhe as costelas e a camisa desapertada de Santiago. As botas cheias de poeira, e o cheiro a suor depois de uma cavalgada para desanuviar a cabeça. As emoções e as confusões que se geraram na expectativa dos dois pombinhos que se recusavam a conhecer-se para além do necessário... enfim... Foi uma história que me prendeu desde a primeira letra do primeiro parágrafo até ao último ponto final.
Sou sincera, nunca pensei gostar de um livro deste género, mas a maneira como a autora escreveu, levou-me pelas páginas sem ter dado conta do tempo passar.
Espero sinceramente ter a oportunidade de um dia poder felicitar pessoalmente a autora Carla M. Soares, por este delicioso livro, e poder ter o meu exemplar autografado.
Enquanto isso não acontece, ficam aqui as minhas felicitações na blogosfera.
Parabéns Carla M. Soares, uma bonita história, com bonitas personagens e narrativa fantástica.
Muito sucesso.
Boas leituras, Soraia
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