A noite chegou a passos largos e com ela a pressão instalou-se sobre todos os anjos.
Depois de um jantar rápido ter sido servido, houve um recolher geral. Todos os anjos foram para os seus quartos para se prepararem para a importante reunião com o Grande Concelho dos Anjos.
Para uma Reunião com aquele grau de formalidade era necessária uma apresentação com o mesmo grau de formalidade.
Entrei no quarto que me tinha sido destinado após a minha entrada no Colégio Os Senhores Supremos. Era um espaço simples. As paredes estavam pintadas de bege e nelas podiam ver-se alguns retratos menus e da minha família. Na cama de dossel (em madeira branca) estava uma linda colcha quase do mesmo tom das paredes a até meio cheia de fofas almofadas. O “roupeiro” tinha quatro grandes portas, duas delas eram MESMO roupeiro as outras duas davam acesso a uma magnífica casa de banho toda em mármore branco.
Entrei na casa de banho tomei um rapidíssimo duche. Olhei-me ao espelho, o cabelo molhado caia-me numa enorme cascata amarela. De toalha enrolada ao corpo sai da casa de banho e entrei mo roupeiro roupas no canto esquerdo encontravam-se as para todas a cerimonias, reuniões, lutas e rituais.
Tirando as roupas para as lutas, todos os anjos do sexo feminino usavam vestidos ao estilo romano, variando os adereços e os próprios vestidos claro.
Para aquela noite teria de usar um bastante simples: de seda branca (claro), com um sinto de prata em forma de um espartilho, calcei umas sabrinas, também elas brancas.
De volta à casa de banho, abri o estojo de maquilhagem (em situações oficiais tínhamos uma maquilhagem especial) retirei um lápis branco e desenhei uma linha na parte superior de cada olho, um pouco parecido ao que os egípcios outrora tinham usado, porém o nosso era mais largo e estendia-se até à base do cabelo.
Invoquei as asas. Olhei-me ao espelho do toucador que estava no quarto, ainda me faltava fazer duas coisas antes de estar pronta.
Sentei-me. Peguei num elástico e apanhei o cabelo em um lindo rabo-de-cavalo propositadamente feito mais par o lado esquerdo da cabeça; fazendo com que este caísse por cima do ombro. Volte a dirigir-me ao canto esquerdo do roupeiro. Num cabide estava uma elegante capa feita da mesma seda do vestido. Coloquei-a ajeitando o capuz que me caia em cima dos ombros
Finalmente estava pronta.
***
Já passava dez minutos da hora marcada, o que estava a deixar-me furioso! Aquela fadinha de meia tigela não estava a pensar em deixar-me de plantão, pois não?
É que se assim fosse, ela não iria passar desta noite. Ninguém deixa Rondero a seca como se de um bacalhau se tratasse, á não. Não sem pagar e este seria bem caro. Ela veria. Oiço um barulho nas escadas e sento me na secretaria, observando um livro e fingindo interesse.
-Oi, desculpa o atraso.
-Atraso? Que atraso? – dou um sorriso sedutor e dou pouca importância ao caso. – Vamos estudar?
Vejo o ar dela como… desilusão? Ho parvo, claro, o atraso, ar desiludido, palerma, a rapariga esteve arranjar-se para estudar? Mulheres!!
-Estás muito bonita – ela dá um sorriso que ilumina literalmente a sala.
-O. Obrigado – ajudo-a a sentar-se e antes de me afastar, toco com a ponta dos dedos no ombro dela, fazendo a arrepiar-se. Sento me ao lado dela, bem próximo e abro os cadernos.
Bem, o que me falta então?
-Han, segundo me parece, tens a matéria de cultura e costumes das raças, Rituais e Aliança da Raça e Psicologia Aprofundada.
-Hum pouca coisa.
-Não consideraria pouca coisa, no primeiro ponto tens sensivelmente 965paginas.
-Maldito Professor.
-Mesmo, por vezes, penso que ele quer saber se aguentamos a escrever tanto. Eu acho que em breve me cairá o braço, por assim dizer.
-Isso seria um desperdício. – Dou um beijo no ombro dela e reparo que ela fica corada o que lhe dá um ar muito fofo.
terça-feira, janeiro 24, 2012
Doce Ilusão - quarta parte
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