Autora: Deborah E. Harkness
Editora: Casa das Letras
Lançamento em Portugal: 16 de abril de 2013
Preço: 19, 71€ (wook)
Este
livro é o segundo volume de uma trilogia, iniciada com A Noite de Todas as Almas, e o romance inaugural da escritora
Deborah Harkness. Para mim, é um caso de sucesso no género do sobrenatural.
Neste segundo volume, as personagens principais, Diana e Matthew - bruxa e
vampiro -, para conseguirem finalmente ter acesso ao Ashmole 782, um manuscrito há muito desaparecido e enfeitiçado,
fazem uma viagem a Londres de 1590 – reinado da rainha Isabel I.
A
importância desse manuscrito prende-se com a própria origem das criaturas
sobrenaturais – bruxas, vampiros e demónios – e poderá colocar um ponto final
na animosidade entre elas. Diana, enquanto bruxa e historiadora, casada e
apaixonada por um vampiro, tem todo o interesse em encontrá-lo; Matthew, o
marido vampiro, cientista e igualmente apaixonado, vê a descoberta desse
documento como uma revolução científica e a legitimação da sua união com uma
bruxa, já que suspeita que todas as criaturas sobrenaturais têm uma base
genética comum.
A viagem ao
passado permitirá a Diana encontrar-se com bruxas mais experientes capazes de a
orientar, já que na época moderna muitos conhecimentos se perderam. Descobre
então que é uma tecedeira de feitiços, daí a sua dificuldade em controlar os
poderes. Será também nesse passado que conhecerá figuras que marcaram a
personalidade do seu vampiro, ajudando-a a compreendê-lo melhor, sendo que
essas figuras são igualmente históricas. Como seria de esperar, o presente
vai-se alterando à medida que a história progride no passado. No entanto, esta
visita no tempo irá explicar alguns dos acontecimentos já ocorridos e que serão
o futuro do passado em que se encontram (mas passado das personagens).
A
escrita de Deborah Harkness é fluída, os diálogos são vivos e a ação é linear.
De certo modo, ficamos presos a uma história bem contada, espetacularmente bem
contextualizada (recorde-se que a autora é especializada na época vitoriana),
dado que são transpostos para a narrativa vários assuntos do domínio histórico,
político e literário do século XVI. A realidade e a ficção misturam-se, a meu
ver, de uma forma muito feliz.
Do
meu ponto de vista, a tradução está muito bem conseguida, apesar de haver
algumas (poucas) gralhas no livro. Houve a preocupação de adaptar a linguagem à época, fazendo recurso a expressões portuguesas do século a que diz respeito. Quanto à capa, gostei mais da do primeiro
volume, esta dá-lhe um ar suspeito de romance de cordel, quando, na realidade,
não tem nada a ver.
Como
não poderia deixar de ser, recomendo vivamente a leitura aos amantes deste
género de ficção e a todos os outros.
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