Tempestade, de Marina Perezagua
Ed. Elsinore
240 pp
17,69€
Literatura
de alto risco, inquietante, que põe ombro a ombro ideias hipnóticas,
terríficas, resoluções devastadoras e momentos de uma beleza estranha e
desarmante, os contos de Marina Perezagua, reunidos neste volume inédito, são pequenas explosões literárias.
Misturando
o insólito, a violência, a beleza, a esperança, a crueldade e o
desespero, apresentam, tão dura como ela é, a parte negra da experiência
humana, sem limar arestas ou evitar faúlhas, mas também sem negar a
possibilidade de redenção, o reencontro e o amor. Tradução rigorosa e de
qualidade assinada por Guilherme Pires.
Os
vestidos, pesados de tanta agua que absorveram,arrastam para o fundo a
infeliz mulher, e a morte interrompe o seu canto dulcissimo. «Matei-a»,
temo. A bela Helena jaz sobre a mesa do jardim. As aguas abriram-se a
minha passagem. Estou vivo e seco. De uma vela cai uma pequena gota que
arrefece sobre a sua palpebra. A tempestade acalmou-se, e oico um
aplauso definitivo e profundo como um ultimo adeus. — in A Tempestade (pp. 21)
SOBRE A AUTORA
Marina Perezagua é
uma escritora espanhola, nascida em Sevilha em 1978. Tem sido elogiada
por leitores e críticos pela sua escrita extremamente visual e
desconcertante, que a tornou uma voz única na literatura espanhola
contemporânea. Tendo publicado inicialmente os livros de contos Criaturas Abisales (2011) e Leche (2013), foi o seu primeiro romance, Yoro, de 2015, que a converteu numa figura consensual entre a crítica. Os seus contos foram publicados em diversas revistas literárias, como Electric Literature, Granta (espanhola e britânica) ou Maaboret (em
hebraico). É licenciada em História da Arte e doutorada em Filologia.
Vive em Nova Iorque, onde ensina Espanhol na New York University e
noutras instituições. É praticante de mergulho livre e, em 2015,
percorreu a nado o Estreito de Gibraltar em menos de quatro horas.
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